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1
Desculpa-me se puderes
mas no que eu tiver culpa, desculpa-me mais tarde.
Para que eu tenha tempo para tudo.
Para ver de perto o migalhar dos pássaros,
para obrigar a noite a deitar-se comigo,
para cansar de vez o medo no meu peito.
Para descobrir se quem tu inventaste para eu amar
ainda existe em nós os dois.
Desculpa-me se puderes
frente ao medo
frente ao fracasso
frente ao tempo que ainda falta para
para o que falta
Desculpa-me pela fraqueza
de me salvar sozinha
porque te deixo as asas
das que não morrem ao dormir.
2
Eu desculpo-te o cansaço
das guerras
quando nada trazes para casa a não ser as lanças
o peito das chamas a destruir o corpo
o frio da febre do tamanho das ruas
e um medo enorme de que a conquista da paz
seja apenas a morte dos mortos e dos vivos.
Desculpo-te ainda o almoço de temoços e água
e a rudeza do silêncio contra os olhos.
E desculpo-te principalmente que me esqueças nas trincheiras
porque não tens culpa
de estar morta.
VALOR DE PROPRIEDADE 50€
A FAVOR DA UNIÃO ZOOFILA, LISBOA
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